Mina do Tamanduá preocupa moradores de condomínios
A tragédia da Vale em Brumadinho e as informações da empresa sobre o descomissionamento de barragens em Minas fizeram aumentar o temor de algumas entidades em Nova Lima, em relação às barragens de rejeito da mineração.
Em São Sebastião das Águas Claras, a Associação de Moradores, juntamente com moradores de condomínios da região e com integrantes do Projeto Manuelzão na Bacia do Velhas, realizou uma reunião para discutir a situação da barragem da Mina do Tamanduá.
Segundo informou Gabriel Coutinho, biólogo e sitiante do distrito, a preocupação vem da própria história com o rompimento da barragem da antiga Mineração Rio Verde, em 2014, quanto cinco pessoas morreram, o acesso a São Sebastião das Águas Claras foi fechado e vários serviços interrompidos. “A Vale havia informado que as barragens estavam estáveis.
Mas, vimos que não podemos confiar nisso, nem nos relatórios emitidos por ela. O que queremos é ter acesso a outros relatórios que não sejam controlados pela Vale”, ressaltou. Ele conta que barragem está cheia, o acesso até ela é restrito, mas de longe é possível enxergar a retenção de água embaixo e algumas casas do Passárgada construídas logo acima. “Não sabemos se ali há água ou se são rejeitos. A Vale não veio à nossa reunião para nos informar.
O que sabemos é que se essa barragem se romper, ela fará um estrago no condomínio Pasárgada e em Macacos, e tudo será carreado para o Rio das Velhas”, alertou. Ainda segundo ele, o movimento irá procurar os órgãos públicos responsáveis para informações conclusivas. E que o deputado Fred Costa já fez um requerimento em Brasília, solicitando uma visita técnica às barragens de Nova Lima, Rio Acima e Congonhas.
Rio Acima
Outra preocupação de Gabriel Coutinho é com relação a barragem da antiga Mundo Mineração, que explorava ouro em Rio Acima. Segundo ele, trata-se de uma barragem abandonada, com rejeitos altamente tóxicos como cianeto e mercúrio. “A informação que temos é que foi feito o licenciamento para o descomissionamento dessa barragem, mas ele não aconteceu de fato. Embora o lugar seja uma área restrita, está completamente abandonado e qualquer um pode entrar. Sem monitoramento e com várias rachaduras, segundo moradores, é outra tragédia anunciada, pois se houver ruptura o rejeito irá todo para o Rio das Velhas, que é responsável pelo abastecimento de água de 60% da população de Belo Horizonte”, advertiu.
Reunião com prefeito
O presidente da Associação Geral dos Condomínios Horizontais, Aloísio Portilho, diretores da entidade e representantes dos condomínios Quintas e Pasárgada, de Macacos e do Vale do Sol se reuniram com o prefeito Vítor Penido para tratar da questão das barragens de mineração no município. Na ocasião, eles solicitaram ao executivo a fiscalização de toda a documentação das empresas envolvidas, e que fosse agendada uma reunião com governo do Estado para uma fiscalização maior por parte da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
Fonte: Jornal do Belvedere